Perguntas Frequentes
Antes de tentar engravidar deve fazer uma consulta pré-concecional.
Nessa consulta será feita uma história médica e cirúrgica e um exame físico detalhados (com especial ênfase no exame ginecológico), bem como uma história médica familiar e conjugal, na busca de fatores que possam condicionar o prognóstico da futura gravidez e que, eventualmente, possam ser corrigidos antes de engravidar ou que impliquem uma vigilância especializada.
Nessa consulta ser-lhe-á prescrito ácido fólico (400 mcg/dia) para diminuir a probabilidade de ter um bebé afetado por uma doença do tubo neural (espinha bífida, etc…). Ser-lhe-á também pedido um conjunto de análises: hemograma com plaquetas, creatinina, glicose, grupo sanguíneo e fator Rh, prova de Coombs indireta, serologias da rubéola, toxoplasmose, vírus da hepatite B e C, HIV, CMV e sífilis, sumário de urina e bacteriológico de urina. Ser-lhe-á também realizada uma citologia cervical (Papanicolau) e/ou pesquisa de HPVs de alto risco, caso não esteja atualizada.
Para aumentar a probabilidade de engravidar, uma mulher deve conhecer o seu período fértil. Esse período fértil começa 5 dias antes da ovulação e acaba no dia seguinte. Isto porque os espermatozoides conseguem sobreviver na vagina até 5 dias, enquanto o óvulo não sobrevive mais de 24 horas.
Identificar o período fértil pode ser difícil: os ciclos menstruais variam de mulher para mulher e na mesma mulher podem variar dum ciclo para outro. Uma mulher com ciclos de 28 dias, em princípio ovula ao 14º dia. Em mulheres com ciclos de outra duração, em princípio, a ovulação ocorre 14 dias antes do dia em que lhe virá a próxima menstruação.
Existem métodos e técnicas para determinar o dia da ovulação: gráfico de temperaturas basais e um teste que deteta a subida duma hormona (LH) que ocorre habitualmente 36 horas antes da ovulação.
MULHER
• Faça uma dieta equilibrada;
• Se tem peso a mais ou a menos deve procurar alcançar o peso ideal;
• Reduza o stress;
• Não fume: o tabaco aumenta a incidência de infertilidade, reduz a resposta aos medicamentos que se utilizam para induzir a ovulação e aumenta a probabilidade de abortar;
• Não tome mais de um café por dia;
• Reduza ou elimine o consumo de álcool.
HOMEM
• Não use calças ou cuecas apertadas;
• Evite banhos quentes, sobretudo de imersão;
• Não fume nem beba;
• Evite a exposição a químicos e radiações;
• Se tem peso a mais deve perder peso.
• Anabolizantes;
• Corticosteroides em altas doses;
• Ciproterona, cimetidina, espironolactona;
• Colchicina, nitrofurantoína, sulfasalazina;
• Amiodarona;
• Nifedipina;
• Propanolol, quinino, clorpromazina;
• Antidepressivos tricíclicos, inibidores da MAO, fenotiazinas;
• Diuréticos tiazídicos.
As taxas de sucesso das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA) são facilmente manipuláveis.
Para fazer uma leitura crítica das taxas de sucesso há determinados fatores que deve conhecer previamente para não criar falsas expectativas:
• O principal fator de prognóstico quer na reprodução natural quer na reprodução assistida é a idade da mulher: quanto maior é a idade da mulher menor é a probabilidade de sucesso;
• A probabilidade que um casal com menos de 35 anos tem de engravidar naturalmente num determinado ciclo ronda os 20%; essa probabilidade baixa para 5% depois dos 40 anos;
• As taxas de sucesso de qualquer técnica dependem das características da população a quem a técnica foi aplicada: um programa que restrinja o acesso a determinada técnica de casais com mau prognóstico é óbvio que aumenta as taxas de sucesso dessa técnica;
• No caso da FIV, quantos mais embriões se transferirem maior é a probabilidade de sucesso, mas também maior é a probabilidade da ocorrência de gestações multifetais. A tendência atual é transferir apenas um embrião.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
O Aborto Recorrente define-se como a ocorrência de duas ou mais perdas embrionárias ou fetais precoces.
A maioria das perdas são pré-embrionárias ou embrionárias (antes das nove semanas), sendo a perda fetal recorrente entre as nove e as 15 semanas uma situação rara.
O aborto recorrente ocorre em aproximadamente 1% das mulheres em idade reprodutiva.
Convém não confundir aborto recorrente com o aborto esporádico (não consecutivo) que ocorre em 10 a 15% de todas as gravidezes clinicamente reconhecidas.
O risco de aborto após dois abortos consecutivos é de cerca de 30%, similar ao risco de aborto após três abortos consecutivos.
A idade materna influencia a taxa de aborto recorrente (cerca de 25% nas mulheres com menos de 30 anos e cerca de 60% nas mulheres com mais de 40 anos).
Apenas em cerca de 50% dos casos de aborto recorrente é possível estabelecer uma causa.
Um casal com aborto recorrente de causa inexplicada tem uma probabilidade de cerca de 70% de ter uma futura gravidez bem-sucedida.
CAUSAS DE ABORTO RECORRENTE
A seguir apontam-se apenas as causas que não são controversas.
• ANOMALIAS CROMOSSÓMICAS ESTRUTURAIS DO CASAL
Em aproximadamente 2 a 4% dos casais, um dos elementos é portador duma anomalia cromossómica estrutural equilibrada.
• ANOMALIAS GENÉTICAS MOLECULARES
Algumas anomalias moleculares ligadas ao cromossoma X são causa de aborto recorrente.
• ANEUPLOIDIA EMBRIONÁRIA RECORRENTE
É possível, apesar do cariotipo do casal ser normal, que a aneuploidia embrionária recorrente seja uma causa de aborto recorrente.
• ANOMALIAS ANATÓMICAS UTERINAS
Aproximadamente 10 a 15% das mulheres com aborto recorrente têm malformações uterinas, sendo a malformação mais frequentemente implicada o útero septado.
• SÍNDROME ANTIFOSFOLIPÍDICO
O síndrome antifosfolipídico (SAF) caracteriza-se pela presença dum nível significativo de anticorpos antifosfolipídeos (anticardiolipina, antiB2-glicoproteína e lúpus-anticoagulante), para além de uma ou mais manifestações clínicas, uma das quais é o aborto recorrente.
ESTUDO DO CASAL COM ABORTO RECORRENTE
Os exames indicados referem-se ao estudo básico:
• Exclusão de malformações uterinas (ecografia transvaginal, histerossalpingografia histerossonografia, histeroscopia)
• Cariótipo do casal
• Pesquisa de anticorpos antifosfolipídeos
TRATAMENTO DO ABORTO RECORRENTE
Eis algumas das situações que são passíveis de serem tratadas:
• Malformações uterinas (por exemplo, o septo uterino pode ser removido por histeroscopia).
• Síndrome antifosfolipídico: tratamento com heparina de baixo peso molecular e aspirina em baixa dose.
• Os casais com anomalias cromossómicas estruturais equilibradas devem receber aconselhamento por um geneticista. Poderá colocar-se a hipótese de recorrer ao Teste Genético Pré-implantação.
O leque de funções exercidas por um Psicólogo Clínico neste contexto é amplo e variado. Vão desde o apoio aos casais no processo de gravidez (desde o acompanhamento na pré-conceção, gestão de expectativas e ansiedade ao longo da gravidez em ambos os elementos, até psicoeducação quanto ao processo). Para além disso, ainda é responsável pelo processo de seleção de dadores de espermatozoides e ovócitos.
Não. Um Psicólogo Clínico que trabalhe nesta vertente acaba por trabalhar também nas diferentes vertentes da sexualidade (por exemplo, disfunções sexuais), como pode também fazer um trabalho mais clássico sobre ansiedade e depressão (por exemplo, depressão na gravidez ou depressão pós-parto), como qualquer outro Psicólogo Clínico.
A gravidez é um dos processos mais marcantes na dinâmica do casal. Com consequências positivas, mas, por vezes, também negativas, sobretudo quando o casal não está preparado para a mudança ou existem outras variáveis individuais ou conjugais que para isso contribuam. Uma breve intervenção de um especialista pode dar um contributo fundamental para levar as coisas a bom porto.
Quando o processo falha é necessário fazer o luto e reorganizar. Tomar decisões (tentar de novo ou mudar de estratégia). Um psicólogo é também útil neste processo, para o acelerar e manter a funcionalidade dos intervenientes, para que sejam capazes de tomar as melhores decisões possíveis para si.
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